XVII Congresso Internacional do Grupo Raízes Medievais do Brasil Moderno
VI Congresso Internacional do Grupo Escritos Sobre os Novos Mundos
30/10/2023
O Valor Psicológico da Natureza
08h
Credenciamento
08h45m
Conferência de abertura
09h às 11h
Mesa I: Conhecer a natureza
11h15m às 12h30m
Mesa II: Reconhecer e proteger os espaços naturais
14h às 15h30m
Mesa III: Aprender com a natureza
31/10/2023
O Valor Econômico da Natureza
09h às 11h
Mesa IV: Plantas e animais domesticados e silvestres
11h15m às 12h30m
Mesa V: Áreas naturais e a conversão da paisagem
14h às 15h30m
Mesa VI: Alimentos e recursos naturais
01/11/2023
O Valor Intrínseco da Biodiversidade
09h às 12h15m
Mesa VII: Restauração ecológica das paisagens naturais e os direitos da natureza
12h15m
Encerramento do evento
02/11/2023
Visita Técnica Orientada:
Equipe do Projeto Águas da Mantiqueira.
Das reflexões teológicas da Idade Média e período colonial sobre a dimensão divina da natureza às pesquisas sobre a cognição em plantas e animais não humanos, passando pela descrição das espécies dos naturalistas dos séculos XVII, XVIII e XIX, muitos foram, ao longo da história, os objetivos e as formas pelas quais o saber humano procurou conhecer, entender e descrever a natureza. Houve, outrora, momentos em que a natureza foi interpretada como matéria sagrada; houve outros em que se acreditou que ela poderia ser explicada por leis a serem desvendadas pela ciência. Ao longo das últimas décadas, entretanto, a preocupação com a natureza em sua totalidade tem sido considerada na avaliação dos impactos da ação humana para uma análise acurada do modo de vida que se criou nas sociedades ocidentais e sua influência planetária. Nunca talvez como agora tenhamos visto proliferar tantas descrições da vida em suas múltiplas formas por meio de investigações sobre os elos (conexões) entre indivíduos e comunidades e as consequências de suas ações. Neste primeiro dia de trabalhos, tendo em vista a grande variedade de descrições produzidas entre os séculos XV e XXI, procuraremos discutir os caminhos para se conhecer a natureza, com ênfase sobre as formas de nomear os espaços e de apreendê-los nas suas múltiplas dimensões.
O objetivo deste segundo dia de evento é refletir sobre os caminhos que o homem percorreu ao longo da história para gerir e obter nos territórios o caminho de sua sobrevivência em face de três valores reconhecidos da natureza: o valor psicológico; o valor econômico e o valor intrínseco. Incluem-se, neste bloco, tanto considerações sobre a história dos caçadores e coletores, como a domesticação de plantas e animais e o desenvolvimento da agricultura, da pecuária, da silvicultura, da horticultura e da aquicultura. Os benefícios da natureza serão analisados: alimentos, medicamentos, vestimentas, combustíveis, em suma, as matérias-primas que movem o mundo e garantem ou comprometem a vida humana. Este dia será voltado à reflexão acerca da história dos vínculos estabelecidos entre Portugal e Brasil com suas paisagens originais e as formas e ocupação de cada um de seus biomas, contemplando desde as trocas de produtos a partir dos primeiros contatos entre os dois territórios até a transposição de técnicas e percepções sobre a natureza que deram forma às nossas sociedades.
Ao longo da história, as interações do homem em meio à natureza foram intensas e produtivas, mas nem sempre harmônicas. Para refletir sobre essas relações, neste último bloco de discussões, as palestras incidirão sobre aspectos como os impactos da conversão das paisagens naturais em espaços rurais e urbanos que, somados às rupturas ambientais, produzem consequências sobre a sustentabilidade e a economia. A importância da memória das paisagens e seus componentes, apresentados no 1º dia serão analisados como base da apresentação das experiências de Restauração das Paisagens Naturais no Brasil e em Portugal, para a apreciação dos valores da biodiversidade, do uso pleno dos cinco sentidos como praticados pelas sociedades do passado na construção da cultura e de seus benefícios ao bem-estar psíquico e emocional; da segurança hídrica e climática como pauta central da atualidade. E, por fim, será avaliada a importância do valor intrínseco da vida resultado do conhecimento científico produzido desde a publicação da Origem das Espécies de Darwin até a decodificação da comunicação de plantas e animais no século XXI e a experiência no Brasil e no mundo sobre os Direitos da Natureza.